sábado, 28 de março de 2015

QUE MORRA A RELIGIÃO!


"Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens."  

(Mateus 15 : 9)

    Jesus disse que os que ensinam doutrinas de homens, em vão adoram a Jesus. 
 Hoje em dia muitas pessoas estão perdendo seu tempo ensinando doutrinas de homens, e as almas estão morrendo precisando conhecer a Deus, mas as pessoas não conhecem a Deus por que nos templos estão pregando sobre roupa, dizendo qual roupa pode e qual não pode, e mentindo sobre prosperidade só para tirar o dizimo e oferta do povo.
  É tempo da religião morrer, Jesus odeia a religião! Jesus não é religião, Jesus é vida! Deus está levantando uma nova geração, uma geração que não se conforma com esse mundo, uma geração que não se conforma com o pecado, e uma geração que está disposta a lutar por Jesus até a morte.
 Jesus Disse: "Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida."  Apocalipse 2:10

Fiquem Na Paz

Por Alison Jean.
Baterista da Banda Terzo e conferencista.


sábado, 21 de março de 2015

RUPTURA, OS PIONEIROS DO PUNK/HARDCORE CRISTÃO NACIONAL

A história do Punk/hardcore cristão nacional se confunde com a historia dessa banda. Ruptura foi formada em 1989 na cidade de campinas interior de São Paulo por Késede - Vocal, Jaser - Guitarra, Venancio Junior - Bateria, hoje conta também com Venancio Neto que é filho de Venancio Junior, no baixo. 
Com vários trabalhos gravados ao longo de 26 anos de existência, a banda se mantém no seu estilo, interpretando com crueza e simplicidade, com arranjos bem cuidados e letras de contorno social, faixas que são de grande relevância.  
Conversamos com o baterista Venancio Junior a respeito dessa trajetória toda que eles vem trassando, quebrando tabus religiosos e abrindo caminhos para o evangelho e até mesmo para outras bandas que ao longo vieram a surgir, sendo eles uma forte influencia para várias gerações de bandas.  

Pregador zine: Vamos começar por onde sempre começamos... Pelo começo; Contem um pouco sobre o começo da banda, como tudo aconteceu?

Venancio Junior: Somos de Campinas, uma cidade bem próxima a São Paulo.
 Começou tudo mesmo em Outubro/89. Não tínhamos qualquer tipo de pretensão, nem de formar alguma banda.
Como sempre fazíamos, geralmente; juntava eu e meu irmão pra fazer um som e logo acabava. Mas, neste caso foi diferente porque o trabalho foi tomando forma e tocávamos de tudo, e o nome era Band'essência.
Em 91 sem qualquer intenção adotamos uma linha mais radical porque as letras se tornaram meio "enérgicas" e o nome não combinava também com esta nova postura e a sugestão do nome foi da Suze, esposa do Kesede, vocalista da banda.

Jeser (foto antiga). 

Venancio Junorr. (Foto antiga).

Pregador Zine: No começo rolava muito preconceito por parte dos religiosos com relação ao som que vocês faziam (fazem)?

Venancio Junior: O preconceito era total, na época o Roupa Nova era rock pesado. As igrejas ainda são preconceituosas, apesar de que nossa intenção nunca foi tocar em igreja e muito menos pra crente. Nem nós sabíamos o que éramos, daí nos disseram que tocávamos punk/hardcore. Comecei a rir, eu, punk?
O rótulo nunca foi uma preocupação, mas gostamos da sonoridade do punk/hardcore e também gostamos do que fazemos.

Késede (Foto um tanto mais recente).


Pregador Zine: Existiam outras bandas na época do começo da banda fazendo o mesmo som que vocês faziam (fazem)? Como era a cena na época, principalmente a cena local de vocês?

Venancio Junior: Existiam poucas bandas e as mais conhecidas eram; Antidemon, Berith, Trino, Justa Advertência e na nossa linha surgiu tempos depois o Ressurreição, Tessalônica que fazia cover nosso.
Nesta época tocávamos muito em bares e alguns espaços underground como o Refúgio do Rock em São Paulo, depois surgiu o CMF da Renascer.

Formação original

Pregador Zine:Em que ano lançaram o primeiro disco de vocês?

Venancio Junior: Era uma época difícil, conseguíamos no máximo gravar fita cassete que era mais barato. Com muito sacrifício e baixo custo lançamos a nossa fita-demo com 6 músicas RUPTURA, isto foi em 96.

Foto de alguma apresentação da banda anos atrás.


Pregador Zine: Havia alguma facilidade pra divulgar os trabalhos na época? Quais eram os veículos de comunicação que vocês usavam para esse fim?

Venancio Junior: Divulgar o trabalho há 20 anos atrás era extremamente difícil. Não tinha rádio pra divulgar com exceção de algumas rádios piratas, e foi numa dessas que tocamos pela primeira vez a nossa fita, na Alca FM. Os contatos eram todos por cartas, tínhamos até caixa postal. Lembro-me de um evangelismo que fizemos na fila do Hollywood rock e recebemos centenas de cartas e era uma alegria. Muitos receberam a mensagem via carta, sem sequer conhecerem a banda, mas conheceram Jesus que era o que importava.

Capa do EP "Calaboca já morreu" de 1998


Pregador zine: Quais os planos futuros da banda, algum trabalho novo já em vista?


Venancio Junior: Os planos para o futuro é continuar tocando. O meu filho que sempre acompanhou a banda desde que nasceu, hoje ele toca o baixo, isto pra mim é um prazer imenso. Temos um trabalho cheirando nenê, só falta gravar e mandar pro espaço. Agora é moda, armazenar em nuvem, então, vamos seguir a tendência.

Fotos recentes


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Pregador Zine: Gostaria que deixassem uma mensagem a e pra rapaziada que lê o blog e as suas considerações finais.

Venancio Junior: Pra quem toca, a maior motivação é lembrar sempre de quem está no comando e pra quem é todo o esforço. Pra Deus, claro! Ele é a razão da existência e não faz sentido perder este foco. E pra quem não toca, interceder a Deus pela galera que se dedica, e ajudar com muita humildade naquilo que for preciso, não importa se é muito ou pouco, pra Deus tem o mesmo peso.


Formação atual: Venancio Neto, Venancio Junior, Késede e Jeser.





quinta-feira, 19 de março de 2015

PUNK ROCK CRISTÃO - INICIO E MEIO

ORIGEM

O punk cristão surgiu no fim dos anos 70 e início dos anos 80 no "Jesus Movement", que ensentivou  instituições culturais como o Jesus People of the United States of America (JPUSA), onde se juntavam punks desiludidos com a cena e hippies que buscavam pela verdadeira paz e amor, que serviram como um trampolim para várias subculturas cristãs incluindo o movimento punk cristão. 

Primeiras reuniões nos Estados Unidos da America (JPUSA) 


MÚSICA PUNK CRISTÃ
 Baseados na fé em Jesus Cristo, no verdadeiro sentimento de mudança e em bandas com mensagens positivas, começaram a surgir às primeiras bandas da cena hardcore cristã como: Strongarm, Society's Finest, Six Feet Deep, One Bad Apple, The Crucified, Unashamed, Officer Negative, Spite of Opposition, Stavesacre, No Innocent Victim, Invazão e The Blamed.

Show de banda punk cristã americana


 O berço do punk/hardcore cristão é os Estados Unidos, mas existiam também  trabalhos na Guatemala, Porto Rico, Alemanha e no Brasil, que falaremos depois


IDEOLOGIA PUNK CRISTÃ

 Há elementos fortes do antiautoritarismo, como o combate à hipocrisia tanto do governo quanto da Igreja, que impõem regras ao povo. Uma ilustração desta é vista no conceito da anticonformidade ao mundo. Dentro desta perspectiva, a opinião do punk cristão sobre o anticonformismo é diferente da do punk não-cristão. A razão do punk cristão para o anticonformismo é encontrada no livro de Romanos na Bíblia: "Não se conforme aos padrões deste mundo, mas seja transformador…"  Porém os punks cristãos não concordam com a religião. Dizem que o cristianismo real não é uma religião (ritos e construções), porque não se baseia sobre rituais e regras. Acreditam num relacionamento com Jesus Cristo, não em uma religião. Contudo, são fortemente sustentados por um relacionamento pessoal com Jesus Cristo separado das regras e tradições. 


CENA PUNK CRISTÃ NO BRASIL

 No Brasil começaram a surgir bandas punks com temática cristã na década de 80 e 90, bandas pioneiras como Ruptura e Ressurreição no estado de São Paulo faziam um som e quebravam tabus religiosos.

Considerada a primeira banda punk cristã nacional, formada em 1989.

Meio que aos trancos e barrancos as bandas iam ganhando espaço e levando sua mensagem, a mensagem do evangelho de Cristo, onde as igrejas tradicionais não conseguiam chegar as bandas chegavam. Enfrentando o preconceito do lado dito secular com ameaças de agressão e boicotes, eram frequentes;
 

“Pôw os caras tem peito! Ameaçavam a gente para não ir tocar, e a gente ia, os caras chegavam para bater na gente e acabavam curtindo o som, agitavam todas as musicas(risos). O Kaká como sempre falava mal da sociedade, da religiosidade e pregava a palavra de Jesus, tudo ao mesmo tempo no som, ai que os caras foram percebendo que nos éramos corajosos, tínhamos peito e que  tinham que respeitar tudo isso. Não podiam impor nada para nós. E através disso tudo, muitos aceitaram a palavra de Jesus, e aceitam até hoje graças a Ele.” Disse Wagner guitarrista da Ressurreição. 
E também do meio religioso, das igrejas tradicionais que não os reconheciam como cristãos de fato, devido o estereotipo. Isso fez com que as bandas tocassem em lugares um tanto quanto inusitados; como bares e casas noturnas, além de ruas dos subúrbios das cidades. Mas isso era algo que até facilitava para as bandas se aproximarem do público alvo. Dividindo palco com bandas da cena não-cristã, eles conseguiam evangelizar de maneira mais eficiente e comporiam sua missão.
 "No inicio o preconceito era total, na época o Roupa Nova era rock pesado. As igrejas ainda são preconceituosas, apesar de que nossa intenção nunca foi tocar em igreja e muito menos pra crente. Nem nós sabíamos o que éramos, daí nos disseram que tocávamos punk/hardcore. Comecei a rir, eu, punk?
O rótulo nunca foi uma preocupação, mas gostamos da sonoridade do punk/hardcore e também gostamos do que fazemos", comentou Venancio Junior baterista da Ruptura.

Formação original da banda Ruptura de 1989, que mantem até hoje.


A importância disso era pela vontade de fazer algo por aqueles que estavam perdidos no mundo sem conhecer a mensagem de Jesus em meio as drogas pesadas e a violência urbana que ceifava a vida de muitos jovens.

Logo da banda Ressurreição formada em 1995. 


Formação da Banda Ressurreição. 




 Desde então muitas bandas surgiram por todo o país como; Foco Nocivo, Fostismo, Refugio, Desertor, Thimoteos, Leving fogo, Protestantes HC, Crush, Crença e Fúria, Nossa Fúria, CxFxI, Militantes entre outras. 

 Conversamos com Eduardo Augusto Teixeira ex-Radioativos e Thimoteos, atual “No More Zombies”, banda de punk rock de São Paulo-SP. 
 Missionário, mantém um projeto de vídeos mensagem chamado "Curtas" acessível no youtube. Além de blogs, Podcast e outros projetos evangelísticos. 
 Produziu o documentário "Cristo Suburbano" sobre o punk rock cristão nacional com o selo independente "Cristo suburbano Record", produziu a coletânea "Cristo Suburbano Vol.1" com bandas de todo o Brasil pelo mesmo selo. E contou-nos um pouco da sua vivência de aproximadamente vinte anos, sendo autor e testemunha da cena punk nacional nos anos primordiais em São Paulo.

Eduardo Teixeira, ex-Radioativos e Thimoteos, atual No more Zombies.

Pregador Zine: Poderia me contar um pouco de como foi o começo do punk, conhece os caras da Ressurreição e Ruptura?

R: Eu conheço sim, mais os caras da Ressurreição, o vocal Kaká no antigo CMF quando o Batista (Antidemon), era o líder.

Pregador Zine: Como começou a cena Punk cristã em São Paulo?

R: Meu, vou falar da minha visão de novo convertido da época.  Eu estou no evangelho de maneira aproximada, há uns 19 anos. E conheci Jesus na Renascer, em 97, se não me engano.   Eu procurava algo para ouvir, pois era um cara do hardcore, conhecia os caras do Gritando HC, já fiz rolê com alguns, e fui numa reunião do CMF, uma vigília onde tocou a banda Ruptura e o Antidemon, e nessa estava um amigo meu, o Peterson ex-punk, ele me apresentou o Kaká da Ressurreição pessoalmente.  Foi à única conversa que tive com o cara, mas eu curti bastante.  Eu observava o pessoal e via que eles falavam – “cara, você precisa ouvir essa banda!”que era a Ressurreição, era como a gente, antes de Cristo, falava com os outros amigos. Passado um curto tempo de um ano, por ter um estilo meio punk, fui convidado para cantar no Radioativos, minha primeira banda punk, fiquei nela durante dois anos.

Pregador Zine: Poderia citar as bandas da época?

R: Ressurreição, Ruptura, Arrebite na Beca, Radioativos (minha), Geração Escolhida, HxCxDxCx, pelo menos, é o que me lembro...  Tinha o pop punk do Militantes também.

Pregador Zine: A igreja Renascer teve alguma influência na cena?

R: Cara, na boa, ela foi a primeira a desenvolver um trabalho do tipo, antes disso, tinha a igreja do Tio Cássio, eu nem era convertido na época, eles que trouxeram o rock pra igreja. Bandas como o Oficina G3 começaram lá.

Pregador Zine: A Ruptura foi à primeira banda punk, ou existiram outras bandas antes dela?

R: Eu acho que foi. Paralelo a Ruptura e Ressurreição havia o Arrebite na boca (vocal feminino), não gravaram nada, o HxCxDxCx, chegaram a gravar uma fita demo, Tinha uma banda de carecas também.

Pregador Zine: Na questão da aceitação por parte das demais igrejas, havia espaço para as bandas punks?

R: Cheguei a cuidar do CMF da cidade de Guarulhos, em 2000, e existiam ainda preconceitos das igrejas.  Aí íamos à Comunidade Zadoque assistir shows punks e carecas, (risos). É lógico que lá tocavam outros gêneros dentro do underground também.


Roda punk

Shows de punk rock cristão em igrejas underground

Show de banda Punk cristã em ruas do subúrbio. 


FUTURO DO PUNK CRISTÃO

 Com a ferramenta da internet e os esforços de verdadeiros evangelistas que integram as bandas, muitos jovens passaram a conhecer o estilo e a ideologia através de documentários, vídeos e reportagens postadas nas redes sociais, blogs e sites especializados, além das comunidades, igrejas undergrounds que já são bem notáveis. E devido a isso dão continuidade ao movimento com novas bandas que surgem de norte a sul do Brasil todo tempo, ensinando o amor de Jesus. Por que Jesus de fato é o libertador e o verdadeiro revolucionário que  trás a solução para todas as mazelas que esse mundo manipulador tenta nos afundar. Jovens que levam a mensagem de Deus através do estilo. Não temem ao abrir suas bocas para expressar a mudança que Jesus fez em suas vidas e denunciam o que está errado, o que é injusto e não faz sentido. 

O Punk cristão em seus variados subgêneros ainda é uma criança que tem uma vida longa pela frente até a volta de Jesus.




Bibliografia
Fontes:
sites especializados
Colaboradores e entrevistados, o nossos agradecimentos:
Eduardo A. Teixeira, Angelica Epifane, Wagner Ressurreição, Venancio Junior, Kaka Ressurreição.
Fotos da internet de exibição pública.
Edição Pregador Zine N° 2, Publicação de capa, Maio de 2014.